quarta-feira, 31 de março de 2021

NOSSA ARMA É A POESIA

(Joésio Menezes)


Em tempos de violência

Contra os que usam a inteligência,

Nossa arma é a poesia;

E é no combate à intolerância

Dos filhos da ignorância

Que a usamos em demasia.

 

E os que por ela são “alvejados”,

Tornam-se seres curados

E passam a ser racionais,

Pois as rimas de cada munição

Têm como alvo o coração

Insensível dos “neandertais”.

 

Sim, nossa arma é a poesia!

Com ela, enfrentamos a valentia

Dos tiranos e seus seguidores;

Combatemos a insensibilidade

E a falta de solidariedade;

Repelimos o pranto dos desamores...

 

14/03/2021

sábado, 5 de setembro de 2020

O SEXO
(Claudynha Nô)
 
 

 
O sexo, bem realizado e total,
Tem tudo aquilo que se precisa:
Tesão, luxúria, desejo, libido,
Corpos, mentes, fogo e paixão;
 
Traz benefícios à saúde da gente
No partilhar da intimidade a dois,
Sendo uma fonte maravilhosa
De fantasias e cumplicidades.
 
Das preliminares à sintonia total
Da quebra dos tabus existentes,
Tudo se faz preciso e primordial.
 
Mas o sexo não será completo
Se não praticado com carinho
E ter amor em seu domínio!...

quinta-feira, 26 de março de 2020


LÁPIS DE COR
(Joésio Menezes)

Com os meus lápis de cor
Eu pinto a fantasia
E transformo a tristeza
Numa aquarela de alegria;
À vida dou novas cores
Para aliviar as dores
Que nos chegam dia-a-dia.

Na sequência, eu coloro
Com as cores do Amor
O coração dos homens
Que semeiam o terror
E espalham pela Terra
Sementes que geram guerra:
A ambição e o desamor.

Com os meus lápis de cor
Também posso colorir
O arco-íris que no céu
Às vezes vejo surgir,
Trazendo-nos esperança
De uma nova aliança
Com Deus a nos conduzir.

E para finalizar,
Com meus lápis coloridos
Reforço a cor da paz
E dos amores perdidos;
Eu pinto os mais belos sonhos,
Em que colibris risonhos
Povoam os jardins floridos.


quarta-feira, 18 de março de 2020

Enquanto isso, na REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL...

O REI REINA E NÃO GOVERNA
(Apólogo, Tobias Barreto de Meneses)


Não sei porque a língua humana
Os brutos não falam mais,
Quando hoje têm melhor vida,
E há muita besta instruída
Nas ciências sociais...

Ultimamente entenderam
Que tinham também razão
De proclamar seus direitos
Pondo em uso os bons efeitos
Que trouxe a Revolução...

"Seja o leão, diz o asno,
Um rei constitucional:
Com assembleias mudáveis,
Com ministros responsáveis,
Não nos pode fazer mal.

Fiquem-lhe as garras ocultas,
Não ruja, não erga a voz,
Conforme a tese moderna
Qu'ele reina e não governa,
Quem governa somos nós...

Todas as bestas da terra,
Todas as bestas do mar
Tenham os seus delegados,
Sendo os ministros tirados
Do seio parlamentar..."

"Muito bem! grita o macaco,
A gente vai ser feliz!
Respeito a ciência alheia;
Publicista de mão cheia,
O burro sabe o que diz.

Todavia, acho difícil
Que Dom Leão rugidor,
Sujeito à sede e à fome,
Queira ter somente o nome
De rei ou de imperador!...

Acostumado a pegar-nos
Com suas patas reais,
Calar-se, fingir-se fraco!...
Segundo penso eu... macaco...
Dom Leão não pode mais!"

Acode o asno: "Eu lhe explico,
Nada vai a objeção:
Se o rei viola o preceito,
Salvo nos fica o direito
De fazer revolução".

"Mestre burro, isto é asneira,
Palavrão de zurrador,
Esse direito é fumaça,
De que nos serve a ameaça,
Quando nos falta o valor?

Só vejo, que bem nos quadre
No trono, algum animal,
Que coma e viva deitado:
O porco!... Exemplo acabado
De rei constitucional..."

sábado, 22 de abril de 2017

A POLÍTICA DOS PROBOS E A POLÍTICA DOS CANALHAS
(Joésio Menezes)

Eu maldigo a política,
Essa feita por canalhas
Que sujeitam o Brasil
Ao regime da bandalha,
Pois, como bem disse Rui,
A Política se exclui
Da cruel “politicalha”.

A Política se faz,
Ou deveria ser feita,
Por homens sérios, honestos,
De índole insuspeita.
Mas os que aí estão
No comando da nação
São bandidos à espreita,

À espera tão somente
Duma oportunidade
De roubarem nossos sonhos
E a nossa dignidade.
Eles são mais que bandidos:
São demônios protegidos
Pela vil “Imunidade”

Criada com o intuito
De blindar parlamentares
Que fazem politicalha
Em conluio com seus pares:
Eles roubam o erário
E nos fazem de otários
Nascidos em lupanares...

A Política é a arte
De governar o Estado
Com base em regras morais
Que nos façam respeitados;
E essa ardil politicalha
Defendida por canalhas
É antro aladroado;

É a desgraça do povo,
É um vício intratável,
Uma doença sem cura,
Um câncer incontrolável;
É artimanha do cão,
Artifício de ladrão,
É conduta abominável...

Essa arte de governar,
Citada por Rui Barbosa,
Transforma um território
Numa nação grandiosa,
Deixando a sua gente,
Lutadora e decente,
Do seu país orgulhosa.

Porém a “politicalha”,
Existente no Brasil,
Se contrapõe à Política
Como nunca já se viu:
Por aqui não se vê ética,
Mas desfaçatez emética
E mau-caratismos mil.

Nessa maldita “política”
Dos canalhas agourentos
Não nos restam esperanças
Nem se tem conhecimento
Acerca de melhorias
Que possam vir algum dia
Nos trazer algum alento,

Pois os tais politiqueiros
Que fazem politicalha
São a nódoa da Política
Que facilmente se espalha
Por esse Brasil afora
Cuja corrupção aflora
Naqueles que são canalhas.

Sim, Política é a arte
De gerir uma nação,
De governar um país
Em prol da população;
Já a podre politicalha
É o que mais emporcalha
A vida do cidadão.

Essa tal politicalha
Beneficia somente
Os políticos corruptos
Que enganam a sua gente
E os grandes empresários
Que, de olho no erário,
Se fazem de inocentes.

Por isso, aqui repito:
Eu maldigo a política,
Essa feita por canalhas
De índole paralítica
Que fazem do meu país
Uma nação infeliz
Pela falta de Política...

Ah, quem me dera um dia
Ser dono do meu Brasil!
Se isso acontecesse,
Eu não seria gentil;
Esses “cães” eu pegaria
E, sem dó, os mandaria
À puta que os pariu.
INCONFESSO DESEJO
(Carlos Drummond de Andrade)

Queria ter coragem
Para falar deste segredo
Queria poder declarar ao mundo
Este amor
Não me falta vontade
Não me falta desejo
Você é minha vontade
Meu maior desejo
Queria poder gritar
Esta loucura saudável
Que é estar em teus braços
Perdido pelos teus beijos
Sentindo-me louco de desejo
Queria recitar versos
Cantar aos quatros ventos
As palavras que brotam
Você é a inspiração
Minha motivação
Queria falar dos sonhos
Dizer os meus secretos desejos
Que é largar tudo
Para viver com você
Este inconfesso desejo.

terça-feira, 21 de março de 2017



SILÊNCIO
(Andréa Joy)


Na divindade de teu ser
Fiz por merecer
O toque profundo do teu olhar

Tu me destes vão prazer
Me fizestes crer
Em tudo que há em mim
Em tudo que há em ti

Nos entregamos com tantas dúvidas
E na penumbra do quarto meia-luz
Em teu corpo percorri
Quase adormeci
Embalada por tua voz

Não sei o que há em mim
Mas a ti, eu guardo aqui...
Em silêncio eu te contemplo
Muitas vezes eu me rendo
Me entrego e me arrependo
Quando chega a tua partida
silenciosa e mansa
como tua presença em minha vida.

quarta-feira, 15 de março de 2017



RIMANDO CAFÉ COM FÉ
(Joésio Menezes)
 


O homem sem café tem pouca fé;
E se fé não tem, nunca diz amém,
Pois o homem sem café nada é,
E quando não se tem fé, nada tem.

Ter fé e não ter café, não dá pé;
Mas ter café sem fé, nada provém;
E nessa rima de fé com café,
Um pouco dos dois cairia bem...

Se mover montanhas a fé me faz,
Diga-me, então, do que serei capaz
Se antes um café me for servido!

Não sei!... Sei apenas que o café
Deve ser forte quanto minha fé
Pra qu’eu não me sinta um desvalido.

14/03/2017